Andamos há demasiado tempo nesta batalha incessante, neste silêncio cúmplice que te aconchega e que me serve... essa falta de palavras que tanto te protege como me sufoca. Desafiamo-nos mutuamente…nesse desafio desigual, que apenas de comum tem a posse embora nunca te permita possuir-me. Nunca o chegarás a saber. É como se me vestisse de nevoeiro e te permitisse guardar-me ainda que por breves e convenientes segundos. No entanto, é tão ténue a tua presença em mim, como se pintasses a aguarela e apenas tu não parecesses ver a palidez das cores.
O nosso campo de batalha está repleto dos laços de batalhas antigas… laços que entrelaçamos para que as nossas cicatrizes permaneçam… mas os meus laços são escorregadios nos teus, as cicatrizes que te infligi são mais profundas… apenas nos meus laços permanecem os nós cegos e os teus laços em mim têm demasiadas pontas soltas cuja fragilidade é gritante.