sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Claustrofobia...


Sufoco lentamente em gradações de verde e de mar. Sufoco nesta dor que me dilacera a razão, que me envolve em nevoeiros densos e na contagem dos segundos que se arrastam numa marcha de condenados.
Sufoco nesta falta que me fazes, nesta ausência pelo meu corpo, nesta distância que escolhi impor. Sufoco neste espaço fechado onde me vejo confinado em terra vulcânica e cinzas. Sufoco neste lugar. Não me ouves quando tento respirar e não consigo? Sufoco ao teu lado e tão longe de ti. Sufoco.
Sufoco sem uma ponte num território que não me pertence. Sufoco entre quatro paredes a que chamaste oportunidade e que eu prefiro chamar exílio.
Sufoco em cadências infinitesimais, em mãos desgarradas do corpo e em movimentos desenrraízados. Sufoco à tua frente. Sufoco tão somente. Sufoco e não me ouves, não me sentes, não me vês.
Walter

1 comentário:

Amor amor disse...

A sensação de estar sem ar piora ainda mais com a indiferença. E não sabemos se devemos nos deixar sufocar passivamente, ou se devemos aprender a respirar outro tipo de ar, até que a pessoa da indiferença se sufoque com seu próprio ar contaminado.

Lindo texto, Walter, como sempre, lindo demais!!!

Beijinhos doces cristalizados!