Após ter percorrido as várias divisões da casa deteve-se na casa de banho. Olhou para o espelho, desesperado! Contemplou a sua imagem. Pausadamente ergueu a sua mão na direcção do espelho e tocou no seu reflexo, como que a acariciar-se. Nesse mesmo momento algumas palavras desagradáveis saíram da sua boca, significados que não se conseguiram decifrar. A par disso a sua expressão facial modificou-se nitidamente. Notou-se um olhar mais sombrio e distante, assim como o rosto a ficar rígido. As suas mãos tremiam e a sua boca vacilava a cada palavra terrífica que pronunciava. Impulsivamente puxou a mão atrás, aquela que há pouco acariciava a imagem espelhada. Num movimento forte esmurrou-a. Uma, depois outra e ainda outra vez, até ter a certeza que no lugar de uma figura completa tinha apenas estilhaços. Os seus próprios estilhaços, as suas próprias falhas.
Draco