Estendeu a mão à espera que esta fosse agarrada outra vez, como tantas vezes fora. Estendeu a mão porque ainda sentia a sua falta. Num qualquer momento disse-lhe que tinha demasiada sede do seu corpo, da sua presença e da sua vida. Nunca chegou a perceber que aquilo que sentia não era a falta da outra pessoa, mas apenas de si.
Um dia chegou a casa com a sede que apenas a rotina conseguia saciar. Sempre os mesmos beijos vazios, sempre a resignação da mesma carícia. Chamou o seu nome como todos os dias fazia. Apenas o eco da sua voz lhe respondeu rasgando as paredes até chegar a si.
No lugar de um beijo, um bilhete de despedida. Uma condenação. Um grito de libertação. Um não mais do mesmo.
Não houve choro. Não tinha porque haver uma vez que tudo o mais era hábito. Amachucou o papel, como se amachucasse o que passaram juntos e abriu uma garrafa do seu melhor vinho. Retirou dois copos, seguidamente arrumou um deles porque existem hábitos difíceis de quebrar. Um trago e um pensamento, enquanto a ponta dos seus dedos acariciava o rebordo do copo. Um cigarro fugaz e fechou a porta atrás de si. Pela primeira vez sentiu-se inteiro.
Um dia chegou a casa com a sede que apenas a rotina conseguia saciar. Sempre os mesmos beijos vazios, sempre a resignação da mesma carícia. Chamou o seu nome como todos os dias fazia. Apenas o eco da sua voz lhe respondeu rasgando as paredes até chegar a si.
No lugar de um beijo, um bilhete de despedida. Uma condenação. Um grito de libertação. Um não mais do mesmo.
Não houve choro. Não tinha porque haver uma vez que tudo o mais era hábito. Amachucou o papel, como se amachucasse o que passaram juntos e abriu uma garrafa do seu melhor vinho. Retirou dois copos, seguidamente arrumou um deles porque existem hábitos difíceis de quebrar. Um trago e um pensamento, enquanto a ponta dos seus dedos acariciava o rebordo do copo. Um cigarro fugaz e fechou a porta atrás de si. Pela primeira vez sentiu-se inteiro.
Walter
8 comentários:
Há vazios que parecem nunca mais ser possível serem preenchidos mas, quando damos conta, entregamo-nos novamente como se da primeira vez se se tratasse.
O comodismo...meu forte inimigo, o que me levou alguém que amo, não pela coragem de acabar um relação fadada à mesmice, mas alguém que não teve coragem de lutar por uma relação em que não haveria rotina ou tédio. O comodismo e a falta de vontade de ser feliz venceu...
Escreveste muito bem sobre o comodismo, muito legal! Só não gostei do tempo que me deixaste sem ler tuas belas palavras!
Beijos doces cristalizados Mr. W.!!! :o*
... e a libertação.
Belo texto!
Convido-te a participares e a aceitares o desafio do Shiuuuu.
a perda cm forma de encontro :)
gostei
_baci_
gostei...
vou voltar!
Bom fim de semana!
LINDO! a imagem dele a tocar a ponta o rebordo do copo consegue ser facilmente criada... depois o cigarro e a saida pela porta ajudam na criação do cenário! Não podia faltar o vinho e os dois copos, que aposto que seriam dos altos, hehehe... Ah, desculpa.. Não são dois copos, mas apenas um! Os hábitos são mesmo difíceis de quebrar, hehe.
Abração
Draco
As mãos também "falam" quando, por qualquer motivo, o olhar, só por si, não se faz entender....
Abraço
Paulo
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