Para a despedida uma garrafa de whisky velho, um copo e duas pedras de gelo. Mais um copo, depois outro e ainda mais outro bebidos de um trago só. Puro malte que me escorre na garganta e que me queima por dentro.
Sou eu e a negação da tua falta que se vai diluíndo em partes desiguais de gelo e de destilação alcoólica. Sou eu contigo em mim, enquanto me dirijo à janela para ver se vais chegar.
A cabeça a andar à roda e as recordações do que deixaste desaparecem, desvanecem-se e recriam-se sem terem deixado de existir. O teu maço de cigarros meio vazio sobre a mesa, o livro aberto e a tua ausência no sofá que vai diminuíndo a cada copo que passa. Agora já sem gelo, a bebida quer-se pura, assim como as emoções que ainda me fazes sentir.
O telefone que não toca e é ao seu silêncio autista que brindo com ironia. O copo que escorrega das mãos, o mesmo copo que se parte aos meus pés. Amanhã limparei o chão e vou varrer os vidros estilhaçados, assim como espero que regresses amanhã.
Acendo um dos teus cigarros, a nicotina funde-se com o whisky sorvido directamente da garrafa e que me escorre pelo queixo. Mais uma hora que se extingue, sento-me nas escadas em frente à porta, deixo a garrafa descansar ao meu lado e espero por ti. Não chegas, esvazio a garrafa e tu não passas duma vaga memória.
Deito-me no sofá para te ouvir chegar porque não quero que me vejas nas escadas. Falta-me o discernimento e faltas-me tu. Amanhã não virás e no teu lugar estarão duas dores. A dor de cabeça que não suprime a dor provocada pela tua ausência.
Sou eu e a negação da tua falta que se vai diluíndo em partes desiguais de gelo e de destilação alcoólica. Sou eu contigo em mim, enquanto me dirijo à janela para ver se vais chegar.
A cabeça a andar à roda e as recordações do que deixaste desaparecem, desvanecem-se e recriam-se sem terem deixado de existir. O teu maço de cigarros meio vazio sobre a mesa, o livro aberto e a tua ausência no sofá que vai diminuíndo a cada copo que passa. Agora já sem gelo, a bebida quer-se pura, assim como as emoções que ainda me fazes sentir.
O telefone que não toca e é ao seu silêncio autista que brindo com ironia. O copo que escorrega das mãos, o mesmo copo que se parte aos meus pés. Amanhã limparei o chão e vou varrer os vidros estilhaçados, assim como espero que regresses amanhã.
Acendo um dos teus cigarros, a nicotina funde-se com o whisky sorvido directamente da garrafa e que me escorre pelo queixo. Mais uma hora que se extingue, sento-me nas escadas em frente à porta, deixo a garrafa descansar ao meu lado e espero por ti. Não chegas, esvazio a garrafa e tu não passas duma vaga memória.
Deito-me no sofá para te ouvir chegar porque não quero que me vejas nas escadas. Falta-me o discernimento e faltas-me tu. Amanhã não virás e no teu lugar estarão duas dores. A dor de cabeça que não suprime a dor provocada pela tua ausência.
Walter
3 comentários:
E com as dores virá o discernimento. Mais tarde ou mais cedo. Bj *
Bem, mesmo não sendo amante de álcool ou nicotina, não posso deixar de reconhecer a beleza do desenho da fumaça no ar, misturando-se com a cor da dor, o vidro do copo contendo a forma da ausência...é um retrato do desespero romântico. Mas, é melhor estar sóbrio pra bolar um belo plano de reconquista. E não ficar só esperando nem nas escadas, nem no sofá...
Walter, os textos que vc escreve parecem um curta metragem, ou um viedoclipe. Ainda acho melhor este último, porque tem música o tempo todo. E sempre que acabo de assistir, estou completamente inspirada. Às vezes, respondo como se fosse algo real, e nem sei se sempre é, ou é pura ficção, mas é real pra mim, e eu amo!!!
Beijinhos doces cristalizados!!! :o*
Já te disse que escreves muito bem ?
Beijo *
Enviar um comentário