No início uni os nossos lábios com fitas de seda e de beijar, uni os nossos passos com as fitas dos caminhos partilhados e com a certeza das direcções. A minha boca na tua e o teu perfume que se passeava pelo teu corpo e me atraía em certezas concêntricas, como se de uma pedra atirada à agua se tratasse. A distância entre nós que aumentava a cada novo círculo formado.
O teu respirar suave sobre mim enquanto me abraçavas, os contornos da tua boca no meu pescoço quando me beijavas em esboços suaves a carvão. O vestido comprido que te ia desnudando os ombros e que te acariciava enquanto te despia suavemente, bem como o toque da seda pela tua pele em suaves pinceladas de aguarelas de sentimentos. Demasiado diluídas como o encontro das nossas roupas entre passos e beijos dispostos pelo chão, sempre que nos fazíamos reféns dos nossos corpos enlaçados.
Entre nós sempre houve reflexos de pontas soltas e indícios de nós cegos. Fios desfiados e laços imperfeitos como notas desgarradas da melodia. Como cordas partidas nos violinos. Nunca perdeste tempo a apertar os fios e a rematar as pontas. Tu preferias ir soltando os laços que nos uniam suavemente enquanto disfarçavas as tuas pequenas sabotagens. Devolve-me os laços com que te presenteei, tu certamente não quererás os laços que um dia te sufocaram.
O teu respirar suave sobre mim enquanto me abraçavas, os contornos da tua boca no meu pescoço quando me beijavas em esboços suaves a carvão. O vestido comprido que te ia desnudando os ombros e que te acariciava enquanto te despia suavemente, bem como o toque da seda pela tua pele em suaves pinceladas de aguarelas de sentimentos. Demasiado diluídas como o encontro das nossas roupas entre passos e beijos dispostos pelo chão, sempre que nos fazíamos reféns dos nossos corpos enlaçados.
Entre nós sempre houve reflexos de pontas soltas e indícios de nós cegos. Fios desfiados e laços imperfeitos como notas desgarradas da melodia. Como cordas partidas nos violinos. Nunca perdeste tempo a apertar os fios e a rematar as pontas. Tu preferias ir soltando os laços que nos uniam suavemente enquanto disfarçavas as tuas pequenas sabotagens. Devolve-me os laços com que te presenteei, tu certamente não quererás os laços que um dia te sufocaram.
Walter
5 comentários:
Contrariamente ao que me disseste, acho que o texto está muito fixe! Tal como a maioria dos teus textos "dás a machadada final", hehehe.. mas nem por isso os posts deixam de ter interesse. Já te disse isto outras vezes, mas acho que posso repetir vezes sem conta.. Consegues cativar-nos com a tua forma de escrever!
"Devolve-me os laços com que te presenteei, tu certamente não quererás os laços que um dia te sufocaram." - adorei esta passagem!
Abração miúdo,
Draco
A cada dia, vc escreve melhor e como seus textos sempre me deixam sem palavras, e com um nó na garganta, fica também difícil a cada dia, comentar.
Infelizmente, nós, os poetas, nós o sensíveis, nós, os que gostamos tanto da entrega sincera e verdadeira, somos por vezes "agraciados" pelo amor de pessoas que deixam aos pouquinhos os nós se desfazerem, que ignoram as pontas soltas...e eu me pergunto: são esses que são insensíveis, ou somos nós que sentimos demais? Independente do que seja, prefiro continuar amando acima do nível "permitido" pelas pessoas, e por mim mesma.
Beijos doces cristalizados!!! :o*
P.S. Como diria Imogen Heap, em Hide and seek: "...whacha say,
that its all for the best?
Because it is...
...whacha say?
That it's just what we need
You decided this. (este é o problema)
(...)
You don't care a bit...
Belo texto! As palavras fluem. Muito bem!
Mais um espaço com textos lindos!
Adorei a imagem das fitas, dos laços!
bj
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços, meu amor!
Devolve-me os laços..
Toranja
(Fizeste-me lembrar :) ) **
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