terça-feira, 18 de março de 2008

Desejo final...


Anunciaste a tua chegada com um toque de leveza. Tudo á tua volta se intensificou. Todos os olhares se centravam em ti, como se à tua passagem a tua essência despertasse nos demais, um turbilhão de emoções até então eclipsadas. Parecias desfilar sobre a mais sumptuosa passadeira vermelha, o teu rosto bailava sob as sombras das tochas de fogo que iluminavam a festa. Exibias-te pelo espaço ocupado pelos sons de um violino com uma subtileza tal que julguei seres outra pessoa. O teu corpo parecia assumir os acordes gemidos pelo violino, flutuavas por entre as tulipas e orquídeas do jardim, e fazias-te acompanhar por aquele teu sorriso ousado. Porém, à medida que os olhares te iam despindo, a tua inocência era remetida para o copo que ostentava a marca dos teus lábios. Lábios esses que imploravam por um pequeno toque meu, que reacendesse as labaredas de uma paixão não esquecida. Fazias despertar em mim um desejo insaciável de posse… que jurei que jamais o permitiria. Queria sentir o teu corpo que me enche e preenche, apenas uma última vez. A tua presença era marcada pelo encantamento que um dia me prendeu. Pensei ter-me libertado das algemas do passado mas a tua subtileza fingida não me permitia. Os meus pensamentos pertenciam-te… os teus lábios sob os meus, o toque das tuas mãos no meu peito, o teu corpo deslizando sob o meu, os sons do teu prazer a ecoarem no meu ser… o êxtase dos corpos suplicando mais e mais. Voltaste-te para mim e o teu olhar defronta-se com o meu. No teu olhar espelha-se o desejo que preferia não ver. Iniciamos um duelo, onde tudo em nosso redor se assume como pano de fundo de uma tela de um colorido de rubra paixão. O teu olhar assumiu as cores do puro desejo, revestindo-se de um vermelho ardente que ansiava por um beijo impetuoso. Dirigias-me um olhar penetrante, sem pudor, entrelaçando-me numa teia deveras perigosa mas tentadora, submetendo-me ao fogo que não consegui que se transformasse em cinzas face à tua presença. Presenteias-me com um sorriso perverso nos lábios que pede desesperadamente que me junte a ti, numa perseguição perturbante em busca de sentires e da nudez arrebatada dos corpos!


Jane e Pumpkin

6 comentários:

Amor amor disse...

Aaaaaaaahhhh, como eu gostaria de ter esse poder sobre uma certa pessoa que conheço...esse poder de fazer com o que o outro não consiga transformar fogo em cinzas, fazer estremecer a pessoa até a alma, com aquele ousado e perverso sorriso...hmmm, como eu gostaria de ter esse poder!

O texto está um perversidade de tão bom, hahahaha!!! Quando eu vi Jane e Pumpkin, eu já sabia que ia ser um texto DAQUELES! Ótimo trabalho em dupla! Que venham outros!!!

Beijinhos doces cristalizados, e um semana excelente, cheia de ótimos sorrisos, hahaha... ;o)

Esquissos disse...

Muito bem minhas meninas.. Arrasaram! A dupla já é o que se sabe, então a escrever, upa, upa! Está muito bom, muito bom mm!

Beijokas

Draco

Walter disse...

Meu Deus...um texto genial com imagens que eu prefiro e uso algumas vezes no meu texto!achei simplesmente soberbo!
bjs
Walter

Walter disse...

PS: realmente eu, pecador me confesso!:)

Anónimo disse...

Texto a queimar! Adorei! Senti-o enquanto o lia!
Beijinhos e continuação

Maria Laura disse...

Quantas vezes o desejo sobrevive ao amor! Um excelente texto, quente q.b.

Boa Páscoa!