Nas minhas mãos corre um rio de emoções maceradas, cujas margens se diluem para além de mim. Essa torrente de lava incandescente que transforma as pedras em seixos rolados e corre descompassadamente. Incontrolavelmente.
Nas minhas mãos existem paredes tatuadas com telas impressionistas da convergência da tua presença em mim, com o cubismo dos meus modos contaminados de te sentir e com o expressionismo das minhas recusas.
Nas minhas mãos existem janelas para ruas paralelas aos teus caminhos, cujas vidraças estão embaciadas pelo tempo. Nas minhas mãos existem poucas portas abertas de par em par e muitas portas trancadas à chave. Sempre achei que fechar ao trinco era pouco seguro.
Nas minhas mãos existem alamedas de despedidas e retratos a sépia. Nas minhas mãos há marcas escondidas e cicatrizes profundas. Nas minhas mãos ainda existes tu. Nunca deixei de te guardar nas minhas mãos.
Nas minhas mãos existem paredes tatuadas com telas impressionistas da convergência da tua presença em mim, com o cubismo dos meus modos contaminados de te sentir e com o expressionismo das minhas recusas.
Nas minhas mãos existem janelas para ruas paralelas aos teus caminhos, cujas vidraças estão embaciadas pelo tempo. Nas minhas mãos existem poucas portas abertas de par em par e muitas portas trancadas à chave. Sempre achei que fechar ao trinco era pouco seguro.
Nas minhas mãos existem alamedas de despedidas e retratos a sépia. Nas minhas mãos há marcas escondidas e cicatrizes profundas. Nas minhas mãos ainda existes tu. Nunca deixei de te guardar nas minhas mãos.
Walter
2 comentários:
E mais uma vez nos brindas com um texto magnífico, profundo e absolutamente sentido!! Cada palavra faz-nos esperar pela próxima e vemo-nos envolvidos num jogo de dominó, onde as peças começam a tocar umas nas outras e sentimo-nos cada vez mais envolvidos na tua escrita...
A Permanência é a palavra de ordem, apesar de toda a ambivalência que possa existir...
Abração
Draco
Pensei que as imagens pudessem de alguma forma retirar algum protagonismo às tuas palavras...
mas independentemente das imagens... as tuas palavras são e serão as protagonistas :)
consoante as vamos lendo elas transformam-se em imagens... é inevitável :)
bjs
Jane
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