À minha entrada desembainhaste as espadas e ergueste-as para mim. A minha recepção já estava prevista e antecipada. Planeaste a minha chegada e foste preparando todos os cantos e armadilhando todos os meus passos. Foste-me seduzindo até ti com a doce ilusão que me queiras, que me protegias, de que me defenderias… mesmo de mim própria. Tudo ilusão.
À minha chegada não quis ler os sinais. Recusei-me e ver o que me rodeava. Não dei importância ao silêncio que impuseste à minha aproximação. Não quis ver a ausência que me cercava e fui avançando, abrindo porta por porta até ti. Com passos decididos, segura de mim, ignorando as armadilhas que a cada porta aberta me impediam de voltar atrás! Empurrei a última porta que nos separava e com ela as últimas barreiras que impus para tu chegares a mim… anunciando a minha entrega plena. O meu olhar encontra o teu. No teu olhar espelha-se a dor, o sofrimento de um calculismo que fere, com uma mistura de ironia e de prazer do teu triunfo aquando da minha chegada até ti. Nele também consigo ver o brilho das lágrimas, como o reflexo das tuas espadas, que pretendes conter. Permanecemos imóveis, com as espadas entre nós. Pergunto-me onde desferirás os primeiros golpes…e dou por mim a pensar que ainda as lâminas das tuas espadas não me tocaram e já sinto o impacto do mais profundo e mortal dos golpes… em ti!
À minha chegada não quis ler os sinais. Recusei-me e ver o que me rodeava. Não dei importância ao silêncio que impuseste à minha aproximação. Não quis ver a ausência que me cercava e fui avançando, abrindo porta por porta até ti. Com passos decididos, segura de mim, ignorando as armadilhas que a cada porta aberta me impediam de voltar atrás! Empurrei a última porta que nos separava e com ela as últimas barreiras que impus para tu chegares a mim… anunciando a minha entrega plena. O meu olhar encontra o teu. No teu olhar espelha-se a dor, o sofrimento de um calculismo que fere, com uma mistura de ironia e de prazer do teu triunfo aquando da minha chegada até ti. Nele também consigo ver o brilho das lágrimas, como o reflexo das tuas espadas, que pretendes conter. Permanecemos imóveis, com as espadas entre nós. Pergunto-me onde desferirás os primeiros golpes…e dou por mim a pensar que ainda as lâminas das tuas espadas não me tocaram e já sinto o impacto do mais profundo e mortal dos golpes… em ti!
Jane
10 comentários:
Forte. A imagem até me arrepiou.
Existem dores que nos farpam o coração assim.
Como o coração é traiçoeiro e o amor brinca connosco colocando-nos armadilhas de tortura...
Beijo
Entrei no seu blog, por um belo acaso, e aqui fiquei. Dores, amores, e fantasia normalmente costumam doer.E muito.Adorei seu blog, adicionei você aos meus favoritos.Apareça no meu, será muito bem vindo. marthacorreaonline.blogspot.com
A imagem me fez sentir a dor, antecipadamente, e pude entender perfeitamente teu texto, porque a dor pior, que vem antes do efeito das ações e palavras ruins, é o olhar frio.
Maravilha, Jane, muito legal, quem já passou por isso, chega a sentir uma espetadinha de leve na carne, creia-me...
Beijos doces cristalizados!!! ;o)
Palavras fortes para aquilo que não é mais um jogo. Passadas todas as portas, só pode ser amor. Mesmo armadilhado.
Não é dos meus textos preferidos, embora seja muito bonito, mas a imagem que subjaz é simplesmente perfeita e coroa as tuas palavras.
bj
walter
Muito bom.
Beijo
ainda que feridos... n valerá a pena? :)
As entegras sao incondicionais, senao não seriam entregas. Somos dadivas. E vamos assim, meio despropositadas e , meio apressadas, para o meio da vida de alguem. As vezes não sabemos ler os sinais, as vezes não queremos ver. Porque doi mais a antecipaçao do momento da dor, do que a dor do golpe em si.
E porque o caminho que percorreste e, a antecipaçao do encontro valeu qualquer dor que venha no momento da entrega.
Um beijo*
Muito bom blog...
Gostei imenso...
:)
Que texto magnífico.
Lindo...
Tomei a liberdade de te juntar aos links dos meus blogs favoritos
YTMO
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